terça-feira, 30 de setembro de 2008

Caio César Germânico, em latim Gaius Caesar Germanicus, conhecido por Calígula (31 de Agosto, AD 12 - 24 de Janeiro, AD 41), foi o terceiro Imperador romano, reinante entre 37 e 41. Ficou conhecido pela sua natureza extravagante e por vezes cruel e foi assassinado pela guarda pretoriana em 41, aos 29 anos. A sua alcunha Calígula (que significa botinhas em português) foi posta pelos soldados das legiões comandadas pelo pai, que achavam graça vê-lo mascarado de legionário, com pequenas caligae (sandálias militares) nos pés. Calígula era o filho mais novo de Germânico e Agripina, sendo bisneto de César Augusto e sobrinho-neto de Tibério. Cresceu com a numerosa família (tinha dois irmãos e três irmãs) nos acampamentos militares da Germânia Inferior, onde o pai comandava o exército imperial. Depois da ascensão de Tibério ao trono imperial, a sua família foi alvo de perseguições, por ser considerada perigosa pelo imperador paranóico com a hipótese de conspirações. O seu pai morreu em circunstâncias estranhas, talvez assassinado por Tibério. Mais tarde, a mãe e os dois irmãos mais velhos foram exilados e assassinados por ordem imperial. Calígula ficou então sozinho com as irmãs (com quem se dizia mantinha relações incestuosas) e foi viver com a bisavó Livia Drusa. Durante a sua adolescência, assistiu às perseguições e terror impostas por Sejano, o prefeito da guarda pretoriana que controlava Roma na ausência de Tibério na ilha de Capri. Calígula escapou no entanto aos assassinatos e entrou no favor de Tibério. Quando o imperador morreu em 37, o testamento designava-o como herdeiro, em conjunto com Tibério Gemelo, neto do falecido Tibério. Calígula era já um homem ambicioso e não perdeu tempo. Dois dias depois, a 18 de Março, faz com que o senado romano anule o testamento e proclama-se imperador sem parceiros, mandando assassinar Gemelo pouco tempo depois. Os primeiros meses de reinado foram promissores. Calígula concedeu prêmios à guarda pretoriana, mandou encerrar todos os casos de traição iniciados por Tibério, pôs fim às proscrições e chamou de regresso muitos exilados. No entanto, pouco tempo depois, Calígula adoeceu com uma febre cerebral, segundo Suetónio e Dion Cassio, e esteve às portas da morte. Quando recuperou, o comportamento do imperador mudou radicalmente. Estudos modernos sugerem que tenha sofrido de depressão nervosa ou alguma forma de encefalite, para justificar a mudança. Ou talvez a sua personalidade fosse apenas o produto de uma infância e adolescência em ambiente instável. De qualquer forma, Calígula era extremamente ignorante e mal preparado para governar. O terror das perseguições voltou ao mesmo tempo que o imperador tomava atitudes no mínimo excêntricas que incluíram nomear o seu cavalo de corrida, Incitatus, senador e mandar esculpir sua cabeça em todas as estátuas de deuses de Roma, intitulando a si mesmo como um deus. Pouco a pouco tornou-se impopular e, no princípio de 41, foi assassinado por um tribuno da sua guarda pessoal com quem costumava fazer gozações maldosas, Cassius Chaerea, que matou também a sua mulher Milonia Caesonia e a filha bebé Júlia Drusilla. A sua memória foi apagada pelo Senado, que ordenou a destruição de tudo o que pudesse recordar Calígula.