sábado, 24 de novembro de 2007

Empirismo surreal

(texto velho...republicado e talvez não finalizado).
Fecho os olhos e sinto apenas meu corpo, meus sentidos... Cada parte dele como se fosse à única e a sensação como se toda a estrutura do universo dependesse apenas de meu corpo com o mundo, apenas da relação minha com meu corpo. Tudo que sou ou penso que sou é para min o ponto mais alto da criação, pressupondo que exista uma entidade criadora superior à min, eu crio o meu mundo através das minhas representações. Eu existo para o mundo através da minha linguagem, pois a mesma estabelece minha relação com o mundo como um divisor de águas entre o que penso e falo e principalmente entre o que o outro pode conhecer sobre min. O outro só pode ter seu conhecimento sobre min complementado através de sua própria linguagem. Neste momento quero apenas que o mundo cesse de existir e volte com apenas um desígnio de minha vontade que é absoluta para min, mas depende da negação do outro quando estou com outras pessoas. O que nos determina? Somos fruto de uma determinação exterior a nós ou interior a nós? Ou somos liberdade pura? Liberdade ou necessidade? Como posso me sentir livre? Como sei que não estou preso? Se sou determinado como posso tentar escapar da determinação? Ou não há escapatória? Agora nada disso me interessa. Só quero desligar meus sentidos para melhor senti-los. Conectar-me com um mundo de sensação que em cada parte do meu corpo seja um universo paralelo com um único fim em si mesmo: minha unidade com o universo que sou eu, a unidade com minha totalidade de ser que é tudo. Solipsismo? Talvez, mas o fato é que a única existência comprovada neste mundo serei eu mesmo, uma dúvida perturbadora, mas esquecida enquanto não a comprovar como verdade. Na verdade eu creio que ela não seja verdadeira, mas a crença é apenas isso: Crença. Não existem garantias apenas uma crença. Crer é uma faculdade humana ou comum a todos os seres vivos?

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